quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Que país é este?


Autor: Nelson Vieira de Souza (*)

Aquela máxima: "dê o bastão ao cidadão e veja qual será a reação dele" (digamos, seu comportamento, sua postura), é válida. As reações são as mais diferentes, só se saberá o tipo, a partir do momento que o sujeito passa a ter a posse do "bastão".
Uma coisa é: eu sou..., faço isto e farei... E no frigir dos ovos, é o que estamos vivenciando. E, quando dizem em alto e bom tom, inclusive batendo no peito: "eu sou honesto". Como se honestidade fosse privilégio de alguns. Ser honesto parece ser algo estranho. Bem, se pararmos para pensar, os valores hoje, estão invertidos. É aquela estória, as aparências enganam.
Sei lá, tem hora que pensamos estar vivendo fora de época, nem muito adiantado, nem muito atrasado, mas fora do eixo de centro, apesar do avanço tecnológico. Gente! Todos temos idéia do que é certo ou errado. Por que dificultar quando a solução está no simples. E a todo instante, vê-se que ao invés de facilitar, procura-se criar empecilhos, praticamente em tudo. É verdade que não devamos confundir com conhecimentos necessários para o exercício de profissões, com responsabilidades, que requerem estudos, estágios (prática e habilidade).

Dependemos uns dos outros, seja rico ou pobre. Diríamos que o rico tenha mais dependência, devido possuir mais bens materiais, advindo daí mais preocupações. Respiramos o mesmo ar (ainda é possível), temos liberdade para ir e vir (ainda é possível). Cremos que paramos por ai, senão vejamos: para nascer (paga-se), para viver (paga-se) e ao morrer (paga-se), isto é, existe taxa para tudo em tudo. Até entendemos a existência de custos. Mas, tem muito custo no custo, na relação custo benefício. Não há quem agüente, vamos simplificar. Puxa, somos castigados desde o nascimento. Façam uma reflexão.
Num país como o nosso, de dimensões continentais é difícil governar. A prioridade no sul não é a mesma do norte. Entretanto, educação, saúde e segurança são necessidades basilares em qualquer região, apesar das diferenças regionais existentes. Daí ser de bom alvitre deixar a cargo de cada região, fazer estudos e planos no tocante a investimentos na educação, saúde e segurança, com base na realidade vivida pela população, observados limites e supervisão do governo federal. Governar é enfrentar desafios. Buscar soluções para o povo, com o povo, com os pés no chão. Chega de promessas vãs. O povo é tolerante, contudo não é bobo.

O Brasil é um pais novo, tem de "tudo", do melhor ao pior e vice-versa. Continua valendo o dito pelo Pero Vaz de Caminha: "...em se plantando tudo dá...". Daí por analogia cabe perguntar: por quê não investem na educação? Ora gente! Somos mais de cento e oitenta milhões de pessoas, imaginem a maioria possuindo educação e gradativamente todos. E, isto é plenamente possível, desde que levado a sério, acrescido das dádivas que a natureza brindou o país. Nossa! Ninguém iria segurar o Brasil, no bom sentido. Sonhar ainda é permitido.

É lógico que investir na educação, pensamos ser prioridade. Povo educado sabe dos seus direitos, e, em contrapartida de seus deveres. Povo educado sabe fazer cobranças e exigir melhorias, por certo, também sabe valorizar quem lhes dá oportunidades.
Os exemplos estão aí no mundo. Vejam o que aconteceu com a Irlanda, a Espanha entre outros países, que aplicaram ações pró-educação. Atualmente, inexistem analfabetos, tiveram desenvolvimento surpreendente. Tudo porque apostaram na educação. Será que podemos fazer o mesmo? E, também obter resultados positivos?

Às vezes parece até que manter o povo sem educação é o objetivo daqueles que dirigem o país (antes e hoje). Pois que seria mais fácil ter o povo subjugado, manipulado, etc. e tal.
A educação é o início, o meio e o fim. Como querem que o país cresça, se deixam de lado a educação. Não conseguimos entender. Um povo (país) educado tem mais chances de crescer, progredir, dar sustentação de bem estar (saúde) e segurança à população, com geração de empregos e ativação positiva nos campos sócio, cultural e econômico.

A educação é um dever do Estado, levá-la, complementá-la, onde for necessário, com garantias, condições e meios, seja nos charcos, caatingas, cerrados, litoral, selva, centros urbanos e periferias, sem politicagem é o que o povo almeja.

Com certeza, quando isso um dia vier acontecer, os brasileiros, ao verem o esforço do governo, sem fins políticos, farão as suas partes.
Nações estão de "olho em nós". Nas nossas reservas e potenciais naturais. Será que queremos ser dominados? Povo sem educação, sem cultura, sem civismo, é como presa de fácil domínio.

Vamos fazer valer as leis, acabar com a impunidade, os benefícios aos apaziguados, preso tem que trabalhar (e nem é preciso dizer o por quê). Temos os mesmos direitos e obrigações, assim está explícito na Carta Magna.
Respeitados os estudos quanto à realidade de cada região, urge a elaboração de um plano para educação que abranja todos os recantos do país, numa forma genérica, com a valorização dos mestres e estímulo ao aprendizado, enfocando o que há de melhor em cada localidade, com a participação da sociedade, sem assistencialismo. O povo não quer esmolas. Aliás, esmolas geram degradação. O povo quer viver condignamente. O povo está ávido por conhecimentos, que possam ensejar qualificação, com visão de recompensa no futuro.

Nada de querer reinventar a roda, é somente arregaçar as mangas e por as mãos à obra, sem cogitar de querer levar vantagens, como é uso e vezeiro, nos tempos atuais.
Vantagem sim, a de propiciar o alargamento dos horizontes do povo, e impulsionar o progresso no Brasil. Mas, antes brasileiros, urge diminuirmos a corrupção (essa praga mais que milenar, nasceu com o homem, em face disso, subsiste em qualquer parte do mundo em escalas maiores ou menores), diminuir sim, porque acabar é uma utopia.
Em diminuindo, através de ações rígidas, desencorajadoras de tentativas, tanto para o corruptor como para o corrompido, temos convicção que resultados animadores surgirão.
Nós somos capazes. "Temos o direito de querer o melhor".
Que pais é este, que permanece com os braços cruzados?


Um comentário:

germalu disse...

Nem o ar é o mesmo, porque quem pode procura locais com melhor qualidade de vida. Nem o direito de ir e vir está garantido igualitariamente,uns tem recursos outros não, nem para viajar virtualmente, e ás vezes nem para chegar até um socorro médico.
E, a discussão da Educação passa por uma conferência (CONAE), em que as discussões prévias são esvaziadas por ações mal planejadas e que mascaram e inibem uma verdadeira participação popular.
É... seu texto é perfeito. Onde vamos parar?
Maria de Lourdes Germano