terça-feira, 27 de julho de 2010

O laço e o abraço.

Autor:  Mário Quintana

Meu Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece?
Vai escorregando... devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Solidão FEMININA - por vezes, uma solidão contente...

Autor: Ivan Martins (*)

Ontem eu levei uma bronca da minha prima. Como leitora regular desta coluna, ela se queixou, docemente, de que eu às vezes escrevo sobre “solidão feminina” com alguma incompreensão.

Ao ler o que eu escrevo, ela disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas.

Minha prima sabe do que está falando. Ela foi casada muito tempo, tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma mulher muito bonita, batalhadora, independente – e mora sozinha.

Ontem, enquanto a gente tomava uma taça de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de estar com elas mesmas.

“Eu gosto de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas horas”.

Faz alguns anos, eu estava perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor.

Hoje, olhando para trás, acho que não tinha falta de amor ali. Eu que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a mulher em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e talvez tudo tivesse andado melhor do que andou.

Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre.

A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem.

A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói.

Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome?

A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade.

Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda.

Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos.

Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer.

Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.

Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.

(*) Ivan Martins é editor-executivo da revista Época,

Andropausa - entenda o envelhecimento masculino....

Fonte: Discovery Health


Do mesmo jeito do que a mulher tem seu climatério e no decurso dele (depois da menopausa) já não terá possibilidades de engendrar, também a idade produz mudanças na sexualidade masculina, embora de modo muito diferente. Pareceria como que a natureza não tivesse tido vontade de amarrar o homem a períodos regulares nem a limites bruscos, como se o necessitasse sempre disponível -ainda avançado em anos- para a procriação. Mas, como é o ajustamento do casal perante processos muito diferentes, depois de compartilhar sua sexualidade pelo espaço de várias décadas?

Faz alguns anos, começou-se a usar o termo andropausa para abranger as mudanças que começam a atingir o homem desde os 50 anos para a frente e que têm a ver com a diminuição progressiva do nível de androgênios. Isso se reflete em todos os processos do organismo, mas suas conseqüências se percebem sobretudo na capacidade sexual.

Mas, será que é certo o termo andropausa? Muitos especialistas acham ele errado, posto que, nascido das semelhanças com o processo feminino da menopausa, pode acabar sendo comparável mas não idêntico.

Menopausa provem do grego e significa a cessação do período mensal (menstrual). Por outra parte, andro faz referência a homem e um homem não cessará de ser ele mesmo, ainda quando suas capacidades sexuais declinem.

Tem-se feito a proposta de chamar a esse processo o climatério masculino mas, mais uma vez estamos perante problemas etimológicos. Também o termo provem do grego, escalão e é apropriado no caso da mulher, posto que indica uma mudança definitiva, como é o termo da função de procriar. Por outro lado, no homem essa função pode-se manter além dos 70 anos, logicamente dependendo de cada caso. Mais do que a um escalão, o processo se asemelha a um longo plano descendente, levemente levantado.

Ainda assim e até que a ciência adote um termo mais apropriado, nós usaremos andropausa para nomear este processo do que já conhecemos duas das suas mais notórias diferenças perante o feminino: é longo e paulatino e não acaba repentinamente com a capacidade de engendrar a vida, nem também não com o desejo e a prática da sexualidade.

A andropausa pode produzir muitas mudanças e muitos sintomas, os que podem-se apresentar não somente como sinais referidos diretamente à função sexual, como por exemplo a dificuldade para produzir e manter a ereção. Também atingem o plano anímico, podendo causar irritabilidade, inquietação ou até uma tendência à depressão. A verdade é que por volta dos 60 anos, quase a metade da população masculina pode apresentar algumas das seguintes alterações:

uma diminuição natural e progressiva da função testicular (o hipogonadismo);

a diminuição da qualidade seminal com o declínio da capacidade reprodutora, embora tinham-se observado que no 50% dos homens de 80 ou ainda mais anos, percebem-se espermatozóides com capacidade para fecundar;

uma tendência à diminuição progressiva (embora leve) da testosterona, com uma diminuição anual média de 1%.

mudanças na micção.

mudanças no metabolismo.

algum grau de ginecomastia (desenvolvimento excessivo da glândula mamária do homem);

a diminuição da massa muscular e um aumento do acúmulo de gorduras, com possíveis conseqüências negativas, como o aumento do colesterol e a predisposição à obesidade e as doenças cardiovasculares;

as erecções se produzem com uma freqüência menor sendo necessário um maior tempo entre uma erecção e a outra, por causa duma perda mais rápida da vasocongestão genital;

uma maior necessidade de estímulos físicos como também a excitação requer mais tempo, mas por outro lado existe uma resposta sexual mais extensa, o que impede numa grande medida uma disfunção característica dos jovens: a ejaculação prematura;

uma diminuição da secreção antes da ejaculação e apresentando ela um volume e uma projeção menores;

mesmo que o orgasmo sofre modificações, tornando-se menos intenso e tendo uma duração menor, existe e é satisfatório até além dos 90 anos de idade.

As mudanças na sexualidade são simplesmente um aspecto do processo, mas todos os outros aspectos ajudarão para que o homem sinta que vai perdendo sua masculinidade, sua potência sexual, seu atrativo. Também com eles poderá perder um pouco de sua segurança habitual e de sua auto-estima. Ao menos que tenha a informação suficiente para compreender o que lhe está acontecendo e ajustar-se a sua nova realidade sem um sentimento de perda.

Inclusive a consulta com um profissional "Andrólogo", ajudará a dissipar todos os medos e será a guia para realizar um tratamento apropriado.

Em todos os casos, sugere-se como medidas gerais: uma dieta saudável, não fumar, realizar uma rotina periódica de exercícios físicos, controlar o peso e o consumo de bebidas alcoólicas.

Não apenas as mudanças orgânicas e psíquicas são as que influenciam no declínio da sexualidade humana por causa da idade, também são as mudanças culturais, posto que é geral a idéia de que os homens maiores de 50 anos e as mulheres depois da menopausa vão abandonando progressivamente o interesse pelo sexo. A sociedade em geral aceita o preconceito duma velhice naturalmente sem sexo. Nada mais longe à verdade.

A sexualidade humana, com a diferença da função sexual das outras espécies, não está constituída somente de processos orgânicos e tendências instintivas. Tanto o homem quanto a mulher possuem uma sexualidade formada também por elementos psicológicos muito fortes, os que às vezes influenciam muito mais do que o fator físico, dando lugar a uma variedade e uma riqueza inesgotável de desejos, atividades e preferências.

Inclusive, isso acontece talvez mais no homem do que na mulher já que, como faziamos referência anteriormente, o homem está ligado a uma sexualidade sem períodos definidos, interrupções repentinas, nem lapsos de abstinência por causa do processo da procriação. Mas também ligado a essa função procriadora durante uma época muito mais extensa da vida do que a mulher. Tudo isso faz com que um homem na idade madura, ainda velho, mantenha intacta e até potenciada toda a carga psicológica que abrange a sexualidade.

O problema se lhe apresenta quando procura continuar manifestando toda essa energia do mesmo jeito do que quando seu corpo era jovem. É nesse momento onde ele se defronta com o problema maior e a causa maior de angústia de muitos homens que, mantendo aceso o desejo, não têm sabido adaptá-lo à sua nova realidade orgânica.

Uma reorientação da energia sexual (libido) e uma aprendizagem junto à mulher, que também tem passado grandes mudanças, podem fazer com que os velhos desfrutem duma sexualidade renovada até uma idade verdadeiramente avançada e ainda até o fim da vida. Essa sexualidade terá ritmos novos, códigos diferentes e práticas alternativas às anteriormente tão freqüentes, como a penetração.

Tudo isso faz da velhice, a idade sexual da comunicação, a meiguice e a imaginação. Desse jeito, nascerão modos novos de manifestar a paixão como assim também um monte de recursos imaginativos na procura do prazer sexual.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

UM ÂNGULO ESPECIAL – UM BUQUÊ DE ROSAS.

Autor: Ademar Bodemüller

Era uma manhã de um dia de semana, desses de céu aberto e muito sol. Um trabalhador dirigia-se para seu local de trabalho. Passando em frente a um templo religioso, decidiu entrar. Era uma sala muito ampla e ele sentou num dos últimos lugares, bem ao fundo. Ali se pôs a fazer a sua oração cheia de vida, dialogando com Jesus. Ouviu, então, em meio ao silêncio, a voz de alguém, cuja presença não tinha percebido: "escute, venha aqui. Venha ver a rosa." Ele olhou para os lados, para frente, e viu uma pessoa sentada num dos primeiros lugares. Levantou-se e a voz falou outra vez: "Venha ver a rosa." Embora sem entender, ele se dirigiu até a frente e percebeu que sobre a mesa havia realmente um vaso, no qual estava uma linda rosa. Parou e começou a observar o homem maltrapilho que, vendo-o hesitante, insistiu: "venha ver a rosa." Sim, estou vendo a rosa, respondeu. Por sinal, muito bonita. Mas o homem não se conformou e tornou a dizer: "Não, sente-se aqui ao meu lado e veja a rosa." Diante da insistência, o trabalhador ficou um tanto perturbado. Quem seria aquele homem maltrapilho? O que desejaria com ele com aquele convite? Seria sensato sentar-se ali, ao lado dele? Finalmente, venceu as próprias resistências, e se sentou ao lado do homem. "Veja agora a rosa", falou feliz o maltrapilho. De fato, era um espetáculo todo diferente. Exatamente daquele lugar onde se sentara, daquele ângulo, podia ver a rosa colocada sobre um vaso de cristal, num colorido de arco-íris. Dali podia-se perceber um raio de luz do sol que vinha de uma das janelas e se refletia naquele vaso de cristal, decompondo a luz e projetando um colorido especial sobre a rosa, dando-lhe efeitos visuais de um arco-íris. E o trabalhador, extasiado, exclamou: é a primeira vez que vejo uma rosa em cores de arco-íris. Mas, se eu não tivesse me sentado onde estou, se não tivesse tido a coragem de me deslocar de onde estava, de romper preconceitos, jamais teria conseguido ver a rosa, num espetáculo tão maravilhoso. É preciso saber olhar o outro de um prisma diferente do nosso. O amor assume coloridos diversos, se tivermos coragem de nos deslocar de nosso comodismo, de romper com preconceitos, para ver a pessoa do outro de modo diferente e novo. Há uma rosa escondida em toda pessoa que não estamos sendo capazes de enxergar. Há necessidade de sairmos de nós mesmos, de nos dispormos a sentar em um lugar incômodo, de deixar de lado as prevenções, para poder ver as rosas do outro, de um ângulo diferente. Realizemos esta experiência, hoje, em nossas vidas. Procuremos aceitar que podemos ver um colorido diferente onde, para nós, nada havia antes, ou talvez, de acordo com nosso modo de pensar, jamais poderiam ser vistas outras cores. Veja: quando nós rezamos, e vemos muitas pessoas rezarem o Pai Nosso de mãos dadas, gostaríamos que refletissem sobre o profundo mistério que envolvem essas mãos que se unem: A mão Jovem se une á mão idosa e entre elas, se cruza a mão eterna do Cristo. A mão fraca se une à mão forte e entre elas, se cruza a mão firme do Cristo. A mão branca se une a mão negra e entre elas, se cruza a mão santa do Cristo, que não tem raça e distinção. A mão tremula se une à mão segura e entre elas, se cruza a mão sustentáculo do Cristo. A mão calejada se une a mão sedosa e entre elas, se cruza a mão cravejada do Cristo. A mão do médico se une à mão do doente e entre elas, se cruza a mão ensanguentada de Jesus. A mão do empregado se une à mão do patrão e entre elas, se cruza a mão de mestre do Cristo. A mão da ignorância se une à mão da sabedoria e entre elas, se cruza a mão potente do Cristo. A mão pecadora se une à mão da graça e entre elas, se cruza a mão do perdão do Cristo. A mão da vida se une à mão da morte e entre elas, se cruza a mão redentora do Cristo. Lamentavelmente, somente mãos fechadas não se unem a outras mãos fechadas. Mas, mesmo assim, entre elas se põe e entre elas se cruza a mão aberta de Cristo!No colo de Jesus nós não estamos somente de mãos dadas, mas abraçados em Cristo Jesus. Juntas as mãos, formam um buquê de rosas!

domingo, 4 de julho de 2010

Ainda é possível fazer algo pelos filhos...

Autor: Dr. Içami Tiba (*)

1. A educação não pode ser delegada à escola. Aluno é transitório. Filho é para sempre.

2. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo. Não se pode castigar com internet, som, TV, etc.

3. Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento errôneo. Queimou índio Pataxó? A pena (condenação judicial) deve ser passar o dia todo em hospital de queimados, por séculos...

4. É preciso confrontar o que o filho conta com a verdade real. Se falar que professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro lado, além das testemunhas.

5. Informação é diferente de conhecimento. O ato de conhecer vem após o ato de ser informado de alguma coisa. Não são todos que conhecem. Conhecer camisinha e não usar significa que não se tem o conhecimento da prevenção que a camisinha proporciona.

6. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais. Ambos devem mandar. Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer? A mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima refeição que a família fará. A criança não pode alterar as regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai (e nas punições também) e vice-versa. Se o pai determinar que não haverá um passeio, a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob pena de criar um delinquente.

7. Em casa que tem comida, criança não morre de fome . Se ela quiser comer, saberá a hora. E é o adulto quem tem que dizer QUAL É A HORA de se comer e o que comer.

8. A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou e na qual será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado. Tem que entender.

9. É preciso transmitir aos filhos a ideia de que temos de produzir o máximo que podemos. Isto porque na vida não podemos aceitar a média exigida pelo colégio: não podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos tirar 7,0.

10. As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os adolescentes estão em busca de prazer. E o prazer é inconsequente.

11. A gravidez é um sucesso biológico e um fracasso sob o ponto de vista sexual.

12. Maconha não produz efeito só quando é utilizada. Quem está são, mas é dependente, agride a mãe para poder sair de casa, para fazer uso da droga . A mãe deve, então, virar as costas e não aceitar as agressões. Não pode ficar discutindo e tentando dissuadi-lo da ideia. Tem que dizer que não conversará com ele e pronto. Deve 'abandoná-lo'.

13. A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse fazê-lo, o filho a respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali, não a respeita.

14. Se o pai ficar nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não deve alterar a voz. Deve dizer que está nervoso e, por isso, não quer discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai dizer, virá em 2, 3, 4 dias. Enquanto isso, o videogame, as saídas, a balada, ficarão suspensas, até ele, pai, se acalmar e aplicar o devido castigo.

15. Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo.

16. Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar nota boa é obrigação. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é obrigação. Passar no vestibular é obrigação. Se ganhou o carro após o vestibular, ele o perderá se for mal na faculdade.

17. Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na educação do neto, de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite. Nunca.

18. Se a mãe engolir sapos do filho, ele pensará que a sociedade terá que engolir também.

19. Videogames são um perigo: os pais têm que explicar como é a realidade, mostrar que na vida real não existem 'vidas' e, sim, uma única vida. Não dá para morrer e reviver. Não dá para apostar tudo, apertar o botão e zerar a dívida.

20. Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas bater cartão.

21. Pais e mães não podem se valer do filho por uma inabilidade que eles tenham. 'Filho, digite isso aqui pra mim porque não sei lidar com o computador'. Pais têm que saber usar o Skype, pois no Mundo em que a ligação é gratuita pelo Skype, é inconcebível pagarem para falar com o filho que mora longe.

22. O erro mais frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da casa. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um dos elementos. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível que eles. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado achando-se o centro do Universo.

23. Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família.

24. Cair na conversa do filho é criar um marginal. Filho não pode dar palpite em coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a geladeira, terá que mostrar qual é o consumo (kWh) da que ele indicar. Se quiser dizer como deve ser a nova casa, tem que dizer quanto isso (os seus supostos luxos) incrementará o gasto final.

25. Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Mesmo que os pais o tenham, precisam controlar e ensinar a gastar.

Frase: 

"A mãe (ou o pai!) que dá ao filho uma educação religiosa, levando-o aonde possa desenvolver uma religiosidade sadia, não vai buscá-lo na cadeia..."

(*) Médico psiquiatra, é membro eleito do Board of Directors of the International Association of Group Psychotherapy. Conselheiro do Instituto Nacional de Capacitação e Educação para o Trabalho "Via de Acesso". Professor de cursos e workshops no Brasil e no Exterior.
Em pesquisa realizada em março de 2004, pelo IBOPE, entre os psicólogos do Conselho Federal de Psicologia, os entrevistados colocaram o Dr. Içami Tiba como terceiro autor de referência e admiração -- o primeiro nacional.
1º- lugar: Sigmund Freud; 2º- lugar: Gustav Jung; 3º- Lugar: Içami Tiba

Colaboração: Maria Helena Marques Grochowski