terça-feira, 25 de agosto de 2009

A cultura do sucesso.

Publicado na revista VEJA nº 2009 de 23/05/2007.

Pesquisa mostra que jovens de origem asiática vão mais longe nos estudos e estão deixando os brasileiros para trás .
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Camila Antunes
Fotos Roberto Setton
A estudante Liane Iwahashi: o maior sonho dos avós japoneses era ver a neta na universidade.
Ao embarcarem num navio rumo ao Brasil, na década de 40, os Iwahashi fugiam de um Japão destroçado pela guerra e alimentavam uma idéia fixa: ver os filhos com diploma universitário. Como camponeses no interior de São Paulo, gastaram cada centavo poupado com livros. Dos nove filhos, sete chegaram à universidade. A jovem Liane, estudante de artes plásticas que aparece na foto acima, integra a nova geração de universitários da família. São atualmente doze Iwahashi no ensino superior brasileiro. Uma nova pesquisa mostra que eles compõem um universo bem maior. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 37% dos alunos de origem asiática no Brasil concluem a universidade – quatro vezes mais do que a média dos estudantes brasileiros. Uma das evidentes razões para o sucesso desses jovens é mensurável – e simples: eles estudam mais. Enquanto um típico aluno brasileiro passa cinco horas por dia às voltas com aulas e livros, os que vêm de família coreana, chinesa ou japonesa dedicam pelo menos oito horas aos estudos, segundo a pesquisa. Em suma, eles repetem no Brasil a fórmula aplicada em seu país de origem: investem tudo o que têm em educação – e varam noites debruçados sobre apostilas e equações matemáticas. Deu certo lá. Está funcionando aqui. Conclui o pesquisador Kaizô Beltrão, autor do estudo, também descendente de japoneses: "Os asiáticos no Brasil estão deixando o restante da população para trás".

Outro fator que esclarece a superioridade dos estudantes pesquisados por Kaizô é um aguçado senso de competição – alimentado em casa e incentivado em escolas que recebem os filhos dos imigrantes, como a Polilogos, em São Paulo. Em salas nas quais se ouve apenas a voz do professor (sim, os alunos asiáticos costumam permanecer em silêncio durante as aulas), a briga pelo posto de melhor da classe é um eficiente motor ao bom resultado geral. A escola implantou um sistema para premiar os campeões. A cada três meses, produz um novo ranking dos estudantes, baseado nas notas. No fim do ano, os melhores são celebrados na frente dos demais e recebem como prêmio aparelhos eletrônicos variados, bem à moda asiática. No ano passado, o estudante Clinton Sung Shin, de 14 anos, foi o número 1 de sua turma. Vibrou. Agora mergulha nos livros para repetir a dose. Tímido, ele se assume nerd. "Entre meus amigos de família asiática, isso é sinal de prestígio, e não de vergonha, como para os brasileiros", diz. Um detalhe sobre a escola de Shin: lá os bons professores também são recompensados. Antes de serem efetivados, eles precisam responder a uma prova sobre a matéria que vão ensinar. Os que vão mal ficam de fora. Aqueles que se destacam, por sua vez, recebem os salários mais altos. A meritocracia que impera nessa e em outras escolas do gênero é coisa rara no Brasil. Em geral, o que predomina no país é um modelo que coloca os bons e os maus alunos (e professores) no mesmo patamar – e não incentiva ninguém.
De família coreana, Olívia, Jaqueline e Clinton são os melhores da turma: eles estudam dez horas por dia

Os estudantes de origem asiática não sobressaem apenas na escola. Um levantamento feito pela Universidade de São Paulo revela que eles chegam a ocupar quase 20% das vagas nas carreiras mais disputadas, como medicina e engenharia. O número surpreende, uma vez que, na população brasileira, os asiáticos são bem poucos: apenas 0,45% do total. Em outros países, como os Estados Unidos, a situação é semelhante. Nas melhores universidades americanas, eles circulam por toda parte (especialmente nas carreiras tecnológicas, uma outra tradição importada de casa). Não passam de 4% da população no país, mas em Stanford são donos de 24% das vagas. Na Universidade da Califórnia, em Berkeley, o número chama ainda mais atenção: concentram quase a metade das matrículas. "Eles têm o estudo no DNA", define a especialista americana Soo Kim, descendente de coreanos e autora de um livro sobre o assunto. Desde os primeiros anos de vida, são estimulados pela família a dedicar-se à escola (e às vezes engatam em rotinas maçantes, que incluem noites insones e muita decoreba). A ativa participação dos pais na vida escolar, como ocorre na casa dos estudantes Liane Iwahashi e Clinton Shin, é certamente um fator decisivo ao ótimo desempenho alcançado em sala de aula. Resume o economista Claudio de Moura Castro: "As famílias asiáticas entenderam há muito tempo que o sucesso depende de sacrifícios e paciência para esperar pelos resultados". Os brasileiros ainda não.

Veja o quadro Eles estudam mais:












domingo, 23 de agosto de 2009

Sob tutela.


Editorial de O Globo em 23/08/09

Quando uma doutrina autoritária chega ao poder, ela pode se expressar de várias formas, e até, à primeira vista e formalmente, dentro da lei. Há medidas tomadas, nas esferas federal e estadual, em que são bastante visíveis as impressões digitais de um tipo de visão segundo a qual a sociedade precisa ser vigiada, tolhida e, se for o caso, punida, para adotar "bons costumes".

A questão da proibição do fumo em qualquer espaço público comercial, em São Paulo e agora no Rio, é emblemática. Lastreada em propósitos louváveis - a preser-vação da saúde -, a proibição, por radical, cassa o direito do fumante, ao suprimir as áreas antes reservadas para ele.

Outra característica desta doutrina autoritária é eximir o Estado de responsabilidades, punindo terceiros por delitos configurados como tais por este tipo de norma. No caso do fumo, a punição recai sobre o dono do bar, do restaurante, do que seja. Em vez de o poder público se responsabilizar pela repressão, ela é transferida, por imposição pecuniária, a outros.

O mesmo ocorreu na louvável repressão ao uso do álcool por motoristas. Em vez de se ampliar a fiscalização policial nas estradas, tentou-se proibir a venda de bebidas no comércio à margem das rodovias, em prejuízo dos lojistas. Quase, também, fizeram o mesmo com as lojas de conveniência urbanas.

O novo enquadramento das farmácias é típico. Por determinação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde, os estabelecimentos passam a ser proibidos de vender mercadorias que não sejam medicamentos. A decisão carece de lógica, por ser risível o argumento do combate à automedicação. Mais uma vez, pune-se o empresário porque o Estado não consegue fazer cumprir a regra da obrigatoriedade de receita médica para certos remédios.

A mesma Anvisa, por causa deste viés autoritário, move intensa cruzada contra a publicidade de medicamentos - as de antigripais foram suspensas por causa da gri-pe suína - e de alimentos para crianças. Ou seja, os pais e as pessoas em geral precisam ser contidas na ânsia consumista, pois não têm discernimento para decidir o que é bom para a família.

A visão de um Estado tutelador de uma sociedade tida pela autoridade pública como infantil e imatura também transparece na ação do Ministério da Saúde de fazer desaparecer o antiviral Tamiflu das farmácias, eficaz droga contra a gripe suína, supostamente também para evitar a automedicação. Não é leviandade pensar que pessoas possam ter morrido pela falta do remédio nas prateleiras do comércio, somada à incapacidade de o Estado distribuí-lo pela rede pública.

O Brasil vive uma fase kafkiana: há liberdade, democracia, mas direitos individuais, inscritos na Constituição, começam de forma crescente a ser tolhidos por normas, portarias e leis redigidas alegadamente para defender a população.
O Estado quer trancar a sociedade numa redoma, em nome da segurança dela, e ficar com a chave.

(Editorial de O Globo, dia 22 de agosto)

Simetria na casa dos horrores.


Autor: Candido Mendes(*)
O Globo 22/08/09


Mais do que a indignação, agora, com os escândalos do Senado, frustramo-nos ao saber de vez que continuaremos no "tudo bem". Mas o país começa a perceber a ingenuidade da própria cólera face aos muitos Brasis que envolve a nossa representação política. Por quanto tempo demorará a memória do incidente Sarney diante da certeza inabalável de coronéis e cangaceiros de que se manterá a casa de horrores na Praça dos Três Poderes?

O que está em causa é saber-se como, pela nova exigência da democracia, o país vai se acomodar ainda ao denuncismo moralista, que termina por reforçar o status quo diante das sempiternas propostas da maquiagem reformista. Avança, de fato, uma consciência nacional contra a cosanostra e as políticas de clientela, pedida pelo desenvolvimento sustentado e chegando a uma real emergência cívica?

Escândalos como os de agora não chegam à maioria da população. Essa, das classes C, D e E, hoje mobilizadas pela mudança e pela definitiva opção do povo de Lula pela continuação do que representa o seu governo. De outra parte, o desfecho final pelo arquivamento das denúncias mostra, também, com a saineta grotesca do deputado Paulo Duque, como sempre voltamos ao dantes no quartel de Abrantes. A raiva contra o Senado e seus exorcismos oratórios pode levar aos disparates constitucionais, como, por exemplo, a supressão da Casa, propondo-se a adoção de um sistema unicameral.

Chegamos ao paradoxo de violar a democracia pelos desmandos dos legisladores. O Congresso exprime a voz do povo e dos Estados, distintamente. Nessa condição constitui a vontade nacional. Coronéis e cangaceiros são também parte da representação nacional nesses dois Brasis, que vão ainda continuar e só se modificam por uma maturação da consciência coletiva. Eleições legítimas são as que não excluem ninguém, e os interesses do establishment continuam, resistem e às vezes até se recuperam. Mais ainda, podem tecnologicamente modernizar-se como donos da mídia e de novas capatazias dos currais eletrônicos.

Tanto haja subdesenvolvimento, tanto permanecerão chefias e caciques do velho regime e sua presença agressiva nos cenáculos de poder, seus dedos em riste, seu direito ao palavrão e suas desculpas. Mesmo porque a diatribe acaba sempre na mesma domesticidade do país das clãs e do destempero, tão repetido quanto familiar. O vocábulo da descompostura, por sua vez, é parco, como a subalimentação mofina do país das clientelas.

O destampatório das últimas semanas foi a este id profundo do nosso inconsciente coletivo instalado. Nele, a simetria de coronéis e cangaceiros garante, paradoxalmente também, sua solidariedade de base. E a realpolitik também é simétrica, no maquiavelismo de pedir o governo a aliança já, para desmantelá-la depois com seus resultados, ou o dos coronéis, de acreditar que ficarão no meio do caminho com as benesses da hora soltando o mudancismo petista.

O Brasil de fundo vê o affair do Senado como problema da nação dos ricos. A que nasce agora com menos injustiça social envolve o país que se beneficiou do PAC e só olha para a frente. Os aliancismos têm desfecho certo, removendo, pelos novos canteiros de obra, os municípios dos velhos pactos de poder. E o PT cobra agenda mais que acelerada para voltar à frente desse eleitorado que, saindo da marginalidade, trouxe nesse biênio a população de uma Colômbia ao povo de Lula.

(*) CANDIDO MENDES é presidente do Senior Board do Conselho Internacional de Ciências Sociais da Unesco.

Sobre política e jardinagem


Autor: Rubem Alves

De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim vocare, quer dizer chamado. Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um ‘fazer’. No lugar desse ‘fazer’ o vocacionado quer ‘fazer amor’ com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não ganhasse nada.

‘Política’ vem de polis, cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.

Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades: sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oases. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu ‘o que é política?’, ele nos responderia, ‘a arte da jardinagem aplicada às coisas públicas’.

O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se à sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.

Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade. A vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não precisam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço privilegiado, melhor e diferente do espaço ocupado por todos. Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e continua a ser um motivo de esperança.

Vocação é diferente de profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na própria ação. Na profissão o prazer se encontra não na ação. O prazer está no ganho que dela se deriva. O homem movido pela vocação é um amante. Faz amor com a amada pela alegria de fazer amor. O profissional não ama a mulher. Ele ama o dinheiro que recebe dela. É um gigolô.

Todas as vocações podem ser transformadas em profissões O jardineiro por vocação ama o jardim de todos. O jardineiro por profissão usa o jardim de todos para construir seu jardim privado, ainda que, para que isso aconteça, ao seu redor aumente o deserto e o sofrimento.

Assim é a política. São muitos os políticos profissionais. Posso, então, enunciar minha segunda tese: de todas as profissões, a profissão política é a mais vil. O que explica o desencanto total do povo, em relação à política. Guimarães Rosa, perguntado por Günter Lorenz se ele se considerava político, respondeu: ‘Eu jamais poderia ser político com toda essa charlatanice da realidade... Ao contrário dos ‘legítimos’ políticos, acredito no homem e lhe desejo um futuro. O político pensa apenas em minutos. Sou escritor e penso em eternidades. Eu penso na ressurreição do homem.’ Quem pensa em minutos não tem paciência para plantar árvores. Uma árvore leva muitos anos para crescer. É mais lucrativo cortá-las.

Nosso futuro depende dessa luta entre políticos por vocação e políticos por profissão. O triste é que muitos que sentem o chamado da política não têm coragem de atendê-lo, por medo da vergonha de serem confundidos com gigolôs e de terem de conviver com gigolôs.

Escrevo para vocês, jovens, para seduzi-los à vocação política. Talvez haja jardineiros adormecidos dentro de vocês. A escuta da vocação é difícil, porque ela é perturbada pela gritaria das escolhas esperadas, normais, medicina, engenharia, computação, direito, ciência. Todas elas, legítimas, se forem vocação. Mas todas elas afunilantes: vão colocá-los num pequeno canto do jardim, muito distante do lugar onde o destino do jardim é decidido. Não seria muito mais fascinante participar dos destinos do jardim?

Acabamos de celebrar os 500 anos do descobrimento do Brasil. Os descobridores, ao chegar, não encontraram um jardim. Encontraram uma selva. Selva não é jardim. Selvas são cruéis e insensíveis, indiferentes ao sofrimento e à morte. Uma selva é uma parte da natureza ainda não tocada pela mão do homem. Aquela selva poderia ter sido transformada num jardim. Não foi. Os que sobre ela agiram não eram jardineiros. Eram lenhadores e madeireiros. E foi assim que a selva, que poderia ter se tornado jardim para a felicidade de todos, foi sendo transformada em desertos salpicados de luxuriantes jardins privados onde uns poucos encontram vida e prazer.

Há descobrimentos de origens. Mais belos são os descobrimentos de destinos. Talvez, então, se os políticos por vocação se apossarem do jardim, poderemos começar a traçar um novo destino. Então, ao invés de desertos e jardins privados, teremos um grande jardim para todos, obra de homens que tiveram o amor e a paciência de plantar árvores à cuja sombra nunca se assentariam. (Folha de S. Paulo, Tendências e Debates, 19/05/2000.)

A CAMINHO DOS 99,9999995%


Autor: Gilberto Geraldo Garbi (*)

Há poucos dias, a imprensa anunciou amplamente que, segundo as últimas pesquisas de opinião, Lula bateu de novo seus recordes anteriores de popularidade e chegou a 84% de avaliação positiva. É, realmente, algo “nunca antes visto nesse país” e eu fiquei me perguntando o que poderemos esperar das próximas consultas populares.

Lembro-me de que quando Lula chegou aos 70% achei que ele jamais bateria Hitler, a quem, em seu auge, a cultíssima Alemanha chegara a conceder 82% de aprovação.

Mas eu estava enganado: nosso operário-presidente já deixou para trás o psicopata de bigodinho e hoje só deve estar perdendo para Fidel Castro e para aquele tiranete caricato da Coréia do Norte, cujo nome jamais me interessei em guardar. Mas Lula tem uma vantagem sobre os dois ditadores: aqui as pesquisas refletem verdadeiramente o que o povo pensa, enquanto em Cuba e na Coréia do Norte as pesquisas de opinião lembram o que se dizia dos plebiscitos portugueses durante a ditadura lusitana: SIM, Salazar fica; NÃO, Salazar não sai; brancos e nulos sendo contados a favor do governo...


Portanto, a popularidade de Lula ainda “tem espaço” para crescer, para empregar essa expressão surrada e pedante, mas adorada pelos economistas.. E faltam apenas cerca de 16% para que Lula possa, com suas habituais presunção e imodéstia, anunciar ao mundo que obteve a
unanimidade dos brasileiros em torno de seu nome, superando até Jesus Cristo ou outras celebridades menores que jamais conseguiram livrar-se de alguma oposição...

Sim, faltam apenas 16% mas eu tenho uma péssima notícia a dar a seu hipertrofiado ego: pode tirar o cavalinho da chuva, cumpanhero, porque de 99,9999995% você não passa.

Como você não é muito chegado a Aritmética, exceto nos cálculos rudimentares dos percentuais sobre os orçamentos dos ministérios que você entrega aos partidos que constituem sua base de sustentação no Congresso, explico melhor: o Brasil tem 200.000.000 de habitantes, um dos quais sou eu. Represento, portanto, 1 em 200.000.000, ou seja, 0,0000005% enquanto os demais brasileiros totalizam os restantes 99,9999995%. Esses, talvez, você possa conquistar, em todo ou em parte. Mas meus humildes 0,0000005% você jamais terá porque não há força neste ou em outros mundos, nem todo o dinheiro com que você tem comprado votos e apoios nos aterros sanitários da política brasileira, não há, repito, força capaz de mudar minha convicção de que você foi o pior dentre todos os presidentes que tive a infelicidade de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de vida.


E minha convicção fundamenta-se em um fato simples: convenci-me de que na raiz de tudo está a mentalidade dominante no Brasil, essa mentalidade dos que valorizam a esperteza e o sucesso a qualquer custo; dos que detestam o trabalho e o estudo; dos que buscam o acesso ao patrimônio público para proveito pessoal; dos que almejam os cabides de emprego, as sinecuras e os cargos fantasmas; dos que criam infindáveis dinastias nepotistas nos órgãos públicos; dos que desprezam a justiça desde que a injustiça lhes seja vantajosa; dos que só reclamam dos privilégios por não estar incluídos entre os privilegiados; dos que enriquecem através dos negócios sujos com o Estado; dos que vendem seus votos por uma camiseta, um sanduíche ou, como agora, uma bolsa família; dos que são de tal forma ignorantes e alienados que se deixam iludir pelas prostitutas da política e beijam-lhes as mãos por receber de volta algumas migalhas do muito que lhes vem sendo roubado desde as origens dos tempos; dos que são incapazes de discernir, comover-se e indignar-se diante de infâmias.

Pense a maioria o que quiser, diga a maioria o que disser, não mudarei minha convicção de que este País só deixará de ser o que é – uma terra onde as riquezas produzidas pelo suor da parte honesta e trabalhadora é saqueada pelos parasitas do Estado e pelos ladrões privados eternamente impunes – quando a mentalidade da população e de seus representantes for profundamente mudada.


MUDADA PELA EDUCAÇÃO, PELA PERSEVERANÇA, PELA PUNIÇÃO DOS MAUS, PELA RECOMPENSA DOS BONS E PELO EXEMPLO DOS GOVERNANTES.

E você Lula, teve uma oportunidade única de dar início à mudança dessa mentalidade, embalado que estava com uma vitória popular que poderia fazer com que o Congresso se curvasse diante de sua autoridade moral, se você a tivesse.

Você teve a oportunidade de tornar-se nossa tão esperada âncora moral, esta sim, nunca antes vista nesse País.

Mas não, você preferiu o caminho mais fácil e batido das práticas populistas e coronelistas de sempre, da compra de tudo e de todos.

Infelizmente para o Brasil, mas felizmente para os objetivos pessoais seus e de seu grupo, você estava certo: para que se esforçar, escorado apenas em princípios de decência, se muito mais rápido e eficiente é comprar o que for necessário, nessa terra onde quase tudo está à venda?

Eu não o considero inteligente, no sentido estrito da palavra, porque uma pessoa verdadeiramente inteligente, depois de chegar aonde você chegou, partindo de onde você partiu, não chafurdaria nesse lamaçal em que você e sua malta alegremente circulam, nem se entregaria a seu permanente êxtase de vaidade e auto idolatria.

Mas reconheço em você uma esperteza excepcional: nunca antes nesse País um presidente explorou tão bem, em proveito próprio e de seu bando, as piores qualidades da massa brasileira e de seus representantes.

Esse é seu legado maior, e de longa duração: o de haver escancarado a lúgubre realidade de que o Brasil continua o mesmo que Darwin encontrou quando passou por essas plagas em 1832 e anotou em seu diário: “Aqui todos são subornáveis”.

Você não inventou a corrupção brasileira, mas fez dela um maquiavélico instrumento de poder, tornando-a generalizada e fazendo-a permear até os últimos níveis da Administração.

Você é o sonho de consumo da banda podre desse País, o exemplo que os funcionários corruptos do Brasil sempre esperaram para poder dar, sem temores, plena vazão a seus instintos.

Você faz da mentira e da demagogia seu principal veículo de comunicação com a massa.

Você mentiu quando disse haver recebido como herança maldita a política econômica de seu antecessor, a mesma política que você manteve integralmente e que fez a economia brasileira prosperar.

Você mentiu ao dizer que não sabia do Mensalão.

Mentiu quando disse que seu filho enriqueceu através do trabalho.

Mentiu sobre os milhões que a Ong 13, de sua filha, recebeu sem prestar contas.

Mentiu ao afastar Dirceu, Palocci, Gushiken e outros "cumpanheros" pegos em flagrante.

Mente quando, para cada platéia, fala coisas diferentes, escolhidas sob medida para agradá-las.

Mentiu, mente e mentirá em qualquer situação que lhe convenha.

Por falar em Ongs, você comprou a esquerda festiva, aquela que odeia o trabalho e vive do trabalho de outros, dando-lhe bilhões de reais através de Ongs que nada fazem, a não ser refestelar-se em dinheiro público, viajar, acampar, discursar contra os exploradores do povo e
desperdiçar os recursos que tanta falta fazem aos hospitais.

Você não moveu uma palha, em seis anos de presidência, para modificar as leis odiosas que protegem criminosos de todos os tipos neste País sedento de Justiça e encharcado pelas lágrimas dos familiares de tantas vítimas.

Jamais sua base no Congresso preocupou-se em fechar ao menos as mais gritantes brechas legais pelas quais os criminosos endinheirados conseguem sempre permanecer impunes, rindo-se de todos nós.

Ao contrário, o Supremo, onde você tem grande influência, por haver indicado um bom número de Ministros, acaba de julgar que mesmo os condenados em segunda instância podem permanecer em liberdade, até que todas as apelações, recursos e embargos sejam julgados, o que, no Brasil, leva décadas.

Lula, você não tem nem nunca teve ideais, apenas ambições.

Você jamais foi inspirado por qualquer anseio de Justiça. Todas as suas ações, ao longo da vida, foram motivadas por rancores, invejas, sede pessoal de poder e irrefreável necessidade de ser adorado e ter seu ego adulado.

Seu desprezo por aquilo que as pessoas honradas consideram Justiça manifesta-se o tempo todo: quando você celeremente despachou para Cuba alguns pobres desertores que aqui buscavam a liberdade; quando você deu asilo a assassinos terroristas da esquerda radical; quando você se aliou à escória do Congresso, aquela mesma contra quem você vociferava no passado; quando concedeu aumentos nababescos a categorias de funcionários públicos já regiamente pagos, às custas dos impostos arrancados do couro de quem trabalha arduamente e ganha pouco; quando você aumentou abusivamente as despesas de custeio, sabendo que pouquíssimo da arrecadação sobraria para os investimentos de que tanto carece a população; quando você despreza o mérito e privilegia o compadrio e o populismo; e vai por aí... Justiça, ora a Justiça, é o que você pensa...

Você tem dividido a nação, jogando regiões contra regiões, classes contra classes e raças contra raças, para tirar proveito das desavenças que fomenta.

Mas você, no íntimo, despreza o ensino, a educação e a cultura, porque conseguiu tudo o que queria, mesmo sendo inculto e vulgar. Além disso, melhorar a educação toma um tempo enorme e dá muito trabalho, não é mesmo?

E se há coisa que você e o Partido dos Trabalhadores definitivamente detestam é o trabalho: então, muito mais fácil é o atalho das cotas, mesmo que elas criem hostilidades entres as cores, que seus critérios sejam burlados o tempo todo e que filhos de negros milionários possam valer-se delas.

A Imprensa faz-lhe pouca oposição porque você a calou, manipulando as verbas publicitárias, pressionando-a economicamente e perseguindo jornalistas.

O que houve entre o BNDES e as redes de televisão?

O que você mandou fazer a Arnaldo Jabor, a Boris Casoy, a Salete Lemos?

Essa técnica de comprar ou perseguir é muito eficaz. Pablo Escobar usou-a com muito sucesso na Colômbia, quando dava a seus eventuais opositores as opções: “O plata, o plomo”. Peça ao Marco Aurélio para traduzir. Ele fala bem o Espanhol.

Você pode desdenhar tudo aquilo que aqui foi dito, como desdenha a todos que não o bajulem.

Afinal, se você não é o maior estadista do planeta, se seu governo não é maravilhoso, como explicar tamanha popularidade?

É fácil: políticos, sindicatos, imprensa, ONGs, movimentos sociais, funcionários públicos, miseráveis, você comprou com dinheiro, bolsas, cotas, cargos e medidas demagógicas.

Muita gente que trabalha, mas desconhece o que se passa nas entranhas de seu governo, satisfez-se com o pouco mais de dinheiro que passou a ganhar, em consequência do modesto crescimento econômico que foi plantado anteriormente, mas que caiu em seu colo.

Tudo, então, pode se resumir ao dinheiro e grande parte da população parece estar disposta a ignorar os princípios da honradez e da honestidade e a relevar as mentiras, a corrupção, os desperdícios, os abusos e as injustiças que marcam seu governo em troca do prato de lentilhas da melhoria econômica.

É esse, em síntese, o triste retrato do Brasil de hoje... E, como se diz na França, “l´argent n´est tout que dans les siècles où les hommes ne sont rien”.

Você não entendeu, não é mesmo? Então pergunte à Marta. Ela adora Paris e a gente sustentou seu gigolô franco-argentino por um bom tempo...


(*) Gilberto Geraldo Garbi foi classificado a seu tempo como UM DOS MELHORES ALUNOS DE MATEMÁTICA que já haviam adentrado o ITA, entre outras honrarias que recebeu daquela instituição. Depois de graduado, desenvolveu carreira na TELEPAR, onde chegou a Diretor Técnico e Diretor Presidente, sendo depois Presidente daTELEBRÁS.

Quadrilhas públicas.


DOM JOÃO DE ORLEANS E BRAGANÇA
O Globo - 07/08/2009


“Que saiam democraticamente da vida institucional brasileira estes senhores e senhoras, famiglias feudais que insistem em misturar o público e o privado, para quem o “Brasil não é um país de todos”, é mais deles. São passado e não podem continuar no presente.

Que saiam filhos, netos, namorados, indicados, apadrinhados, apaniguados, contratados com nepotismo cruzado, com orçamentos superfaturados.

Que sejam julgados. Que todos sejam tratados como pessoas comuns independentemente de suas biografias. Somos todos iguais.

Que entrem para a política cada vez mais idealistas e patriotas. Que os conselhos de ética sejam de ética e não um teatro. Que ninguém se lixe para a opinião publica.

Que caixa 2 não seja usado sistematicamente pelos partidos políticos.

Que não precisem enfiar a mão na m…. para fazer política.

Que não se aceite a política como ela é hoje. Que se respeite 190 milhões de brasileiros. Que não se admita que os meios justifiquem os fins.

É a porta aberta para o autoritarismo.

Que não se use milhares de cargos públicos para abrigar políticos incompetentes.

Que nos indignemos com as conversas cifradas, às escondidas, por telefone, entre os quadrilheiros que combinam negócios públicos em beneficio próprio. Minha admiração pelo Ministério Público e pela Policia Federal. Que não se julgue políticos só pelo que eles fazem durante o mandato, e sim pelo que eles fizeram durante a vida. Caráter e ética não têm prazo fixo.

Que os formadores de opinião e intelectuais que tanto lutaram durante a ditadura continuem presentes deixando partidos e ideologia em segundo lugar.

O Brasil vem em primeiro.

Que a alternância de poder cada vez mais enriqueça o debate político e promova o surgimento de novas lideranças.

Que se fortaleça a independência dos Poderes e não se aceite interferência. É um dos pilares da democracia.

Que se lute pela defesa da Res-Pública.

Onde estão os valores republicanos? Não é republicano defender os senadores Sarney, Renan e Jader Barbalho, afundados em denúncias e claros indícios de ilegalidade e imoralidade.

Que se questionem aqueles que brigaram, se xingaram, se denunciaram e hoje se abraçam pela política mesquinha.

Que não se venda a alma ao diabo pela governabilidade. A normalidade institucional e os brasileiros pagarão por estes pecados.

Que se pense mais na próxima geração do que na próxima eleição. Que os políticos sejam e pareçam honestos.

Que se fortaleçam cada vez mais as instituições de Governo e de Estado.

Montesquieu dizia no século XVIII : “O Estado moderno deve converter as virtudes pessoais em virtudes institucionais.” Que o fim da impunidade seja o começo e causa principal para esta mudança com a criação de uma secretaria especial, independente, com promotores e juízes e a finalidade específica de investigar e indiciar nos processos que envolvam a esfera pública, com penas mais pesadas para quem lesa o país.

Que acabe o foro privilegiado (para crimes comuns) que envolvam políticos tirando dos tribunais superiores os processos que não andam pela falta de agilidade e excesso de recursos.

Que os cargos de administração no Senado e na Câmara de deputados sejam ocupados por concursados com mandatos curtos.

Que tenha limitação constitucional a indicação política para cargos públicos.

Na Inglaterra são 300, o resto são técnicos de carreira. Nos EUA são perto de 10.000 em todo o país.

Que haja descentralização econômica na esfera federal. Há uma promiscuidade enorme entre forças políticas que dependem de verba, tanto nos repasses aos estados quanto nas emendas ao orçamento que viram moeda de troca nas votações importantes para o governo.

Estas emendas existem em vários países, mas passam por uma comissão de avaliação independente.

Uma pesquisa que faz parte do livro “A cabeça do brasileiro”, do professor Alberto Carlos Almeida, mostra como a “zona cinzenta moral”, o “jeitinho” e a corrupção são cada vez menos aceitos à medida que os índices de escolaridade aumentam. Tanto no jeitinho quanto na corrupção “ignorou-se um principio geral: a necessidade de se seguir regras e leis. A diferença entre ambos é de grau, mas não de conteúdo”.

O professor diz ainda que “está em curso uma importante mudança nos padrões morais do Brasil à medida que as gerações se sucedem”. Acesso a informação, escolaridade e educação são o caminho para este quadro continuar a mudar.

É possível! Podemos chegar perto disso. Passamos por dois períodos importantes de nossa história recente.

A luta pela democracia. Conseguimos! A estabilidade da moeda, tornandose prioridade de estado, e não só de governo, fazendo com que 45 milhões de pessoas ascendessem socialmente nos últimos 15 anos.

Acredito que estamos no período de varrer as quadrilhas públicas. Nunca chegaremos à perfeição. Nenhum país chegou, mas podemos avançar muito.

Estamos diante de dois quadros sobre o mesmo tema. O ruim são os inimigos públicos de terno e gravata, com suas unhas esmaltadas e cabelos pintados (nem todos), que, articulados, falam nos telejornais, vão às cerimônias e são aliados do governo de plantão, mas não são aliados do Brasil, nem da ética, pelo contrário, se defendem, enriquecem às custas de obras públicas, licitações dirigidas, concessões e empreiteiras legislando em causa própria. São as raposas tomando conta do galinheiro.

O quadro bom são a transparência e as liberdades para que possamos ver estes tumores abertamente. É um grande avanço detectar e se indignar.

O Brasil precisa daqueles que sirvam ao país, não daqueles que se servem.

Tudo isto é a minha opinião de cidadão brasileiro, que, como todos, tem direitos e obrigações, a começar pelo respeito ao Brasil .

OBS: O termo “quadrilha” foi usado em entrevistas por vários presidentes nos últimos 20 anos para qualificar uns aos outros. Os mesmos que confraternizam hoje.”

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Só a EDUCAÇÃO salva o BRASIL. (SR)


Autor: Sergio L. M. Rocha (*)

Existem várias maneiras de se fazer política, a minha por certo ainda não é o de praticá-la através do exercício de algum cargo eletivo.

Talvez no futuro, caso seja fundado um partido que só abrigue homens públicos de ilibada reputação, sérios, dignos, íntegros e comprometidos com ideais nacionalistas, sem no entanto se deixar cair na xenofobia, etc.

Um partido cuja prioridade número um seja a EDUCAÇÃO, num grande projeto de transformação da nossa sociedade, do ensino básico às Universidades.

Recentemente publiquei um pequeno texto com o título "Carência de homens públicos com dignidade" onde pergunto por que é que os poucos homens públicos íntegros e com dignidade que ainda resistem no Congresso, não fundam um PARTIDO, onde não se misturem aos indignos existentes nos seus atuais partidos.

A verdade é que algo precisa ser feito urgentemente antes que todas as laranjas boas sejam devoradas e somente as podres permaneçam.

Mas reconheço que este é um sonho ainda distante, infelizmente. Reconheço também a assustadora malha de corrupção e de conveniência de interesses pessoais que foi montada pelos grupos que tomaram de assalto o nosso país.

Algo comparável a metástase que acomete uma pessoa possuidora de um câncer de alta malignidade. Somente um procedimento mais agressivo, pode levar chance ao doente. É preciso extirpá-lo e tratá-lo convenientemente a fim de que não retorne.

A total ausência de líderes comprometidos com essa missão e a indolência de segmentos-chave onde se encontra a elite pensante e esclarecida do nosso país, impedem que isto aconteça.

Sinceramente, não vejo a menor chance disso acontecer a curto prazo, apesar de continuar contribuindo neste sentido.

É por isso que aposto todas as minhas fichas na EDUCAÇÃO séria, mas para isso seria preciso um grande comprometimento da sociedade, dita esclarecida e comprometida com ideais maiores.

Não faz muito tempo fiz um curso na Escola Superior de Guerra, na Urca, e confesso que sai de lá arrasado com a apatia reinante na maioria dos participantes daquele ciclo de estudos.

Ora, se uma massa pensante, que se diz esclarecida politicamente e se considera a elite dos diversos segmentos ali reunidos, não se sente capaz de se organizar e reagir, o que dirá dos outros.

A briga é feia amigo(a) e terá que envolver a mídia, as Universidades, os estudantes, os profissionais e seus Conselhos ou Ordens, por que Sindicatos, UNE, Igrejas, Movimentos sociais, etc, estão definitivamente comprometidos com o governo que tudo faz para aumentar a dependência da população desinteressada dos ideais maiores e assim se perpetuar no poder, mas tudo escudado convenientemente por uma eleição democrática, vide o que se passa na Venezuela.

Tudo falso, medíocre, demagógico e ditatorial.

Rezo para que as pessoas que mostram indignadas com tudo isso aumente a cada dia, quem sabe ainda terei tempo de comemorar esta vitória.

Se gostas do assunto, recomendo ler do professor Alberto Carlos de Almeida, o livro "A cabeça do Brasileiro" o da professora Livia Barbosa, "O jeitinho brasileiro" e o de Roberto DaMatta, "A casa e a Rua".

Estes três livros traçam de forma clara e evidente os diversos Brasis existentes, infelizmente, a maioria que elege os nossos legisladores e os nossos governantes, são analfabetos políticos, independente do nível de escolaridade, social e salarial.

Nos diz o professor Alberto em seu livro, que “a qualidade da democracia aumenta quando a população é mais escolarizada. Mais do que isso, a democracia só é possível em sociedades com níveis mais elevados de escolarização. Uma população formalmente mais educada resulta em mais desenvolvimento econômico e maior pluralismo.”

Para isso é necessário um esforço titânico para mudar a cabeça do brasileiro, pois há de se mexer na cultura já arraigada, e, o que é pior, diversificada, pois em cada região do país ela ganha contornos próprios.

Não há uniformidade no pensar, de princípios e de valores morais, por isso é muito difícil resolver a curto prazo e por apenas um governo.

Realmente este é um projeto que se poderia dizer verdadeiramente da soberania nacional, estratégico, perene e constitucional.

Alguém se habilita a fazer???




(*) Sergio L. M. Rocha é Administrador de empresas e consultor.

domingo, 16 de agosto de 2009

Andorinha ou hiena?

Publicado no Blog da M.Especial no site Maisde50.
.
"Certa vez ouvimos uma fábula que nos fez refletir acerca dos ensinamentos que continha. Tratava-se de um incêndio devastador que se abatera sobre a floresta.
Enquanto as labaredas transformavam tudo em cinzas, os animais corriam na tentativa de salvar a própria pele.
Dentre os muitos animais, havia uma pequena andorinha que resolveu fazer algo para conter o fogo.
Sobrevoou o local e descobriu, não muito longe, um grande lago.
Sem demora, começou a empreitada para salvar a floresta.
Agindo rápido, voou até o lago, mergulhou as penas na água e sobrevoou a floresta em chamas, sacudindo-se para que as gotas caíssem, repetindo o gesto inúmeras vezes.
Embora não tivesse tempo para conversa fiada, percebeu que uma hiena a olhava e debochava da sua atitude.
Deteve-se um instante para descansar as asas, quando a hiena se aproximou e falou com cinismo: -Você é muito tola mesmo, pequena ave! Acha que vai deter o fogo com essas minúsculas gotas de água que lança sobre as chamas?
Isso não produzirá efeito algum, a não ser o seu esgotamento.
A andorinha, que realmente desejava fazer algo positivo, respondeu: Eu sei que não conseguirei apagar o fogo sozinha, mas estou fazendo tudo o que está ao meu alcance. E, se cada um de nós, moradores da floresta, fizesse uma pequena parte, em breve conseguiríamos apagar as labaredas que a consomem.
A hiena, no entanto, fingiu que não entendeu, afastou-se do fogo que já estava bem próximo, e continuou rindo da andorinha.
Assim acontece com muitos de nós, quando se trata de modificar algo que nos parece de enormes proporções.
Às vezes, imitando a hiena, costumamos criticar aqueles que, como a andorinha, estão fazendo sua parte, ainda que pequena.
É comum ouvirmos pessoas que reclamam da situação e continuam de braços cruzados.
De certa forma, é cômodo reclamar das coisas sem envolver-se com a solução.
No entanto, para que haja mudanças de profundidade, é preciso que cada um faça a parte que lhe cabe para o bem geral.
Reclamamos da desorganização, da burocracia, da corrupção, da falta de educação, da injustiça, esquecendo-nos de que a situação exterior reflete a nossa situação interior.
Não há possibilidade de fazer uma sociedade organizada, honesta e justa se não houver homens organizados, honestos e justos.
Em resumo, para moralizar a sociedade, é preciso moralizar o indivíduo, que somos cada um de nós, componentes da sociedade.
Se fizermos a nossa parte, sem darmos ouvidos às hienas que tentarão desanimar a nossa disposição, em breve tempo teremos uma sociedade melhorada e mais feliz."

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Tristeza na saudade? (SR)


Autor: Sergio L. M. Rocha (*)

É isso aí, nada de tristeza,
Podemos sentir saudades sem tristeza, alías é a melhor coisa que podemos fazer.
Você já reparou que só sentimos saudades das coisas boas?
Então o que devemos fazer é ficar alegres ao relembrar de tudo aquilo que se foi.
No mais temos que curtir a vida, por que a vida é curta.
Ilumine o seu rosto com um sorriso e verás que tudo melhorará.
É como uma vitrine que contém coisas valiosas no seu interior, porém se mantém sempre com as luzes apagadas.
No momento que a iluminamos é que vemos tudo o que há de mais bonito dentro dela.
Sorria.

(*) Sergio L. M. Rocha é Administrador de empresas e Consultor.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

VIDA TRANSITÓRIA


Autor: Divaldo Pereira Franco, pelo espírito de Joanna de Ângelis.

“Tendo em vista a transitoriedade dado corpo e a inevitabilidade da morte, vive, de maneira a que possas partir, da Terra, livre e feliz.
O fenômeno biológico pode interromper-se subitamente, não te permitindo tempo para qualquer preparação.
Conduze-te de forma que, seja qual for o momento em que sejas convidado ao retorno, possas seguir sem amarras ou aflições desconcertantes.
Organiza bem os teus labores e compromissos, a fim de que outros possama levá-lo adiante com tranqüilidade.
Regulariza as tuas atividades, liberando-te de temores ou remorsos futuros desnecessários.
Enriquece-te com os tesouros do amor, enquanto podes, a fim de que disponhas de recursos para a viagem inevitável.
Há pessoas, que vivem no corpo, totalmente esquecidas da sua fragilidade como da sua breve duração.
Programa compromissos a distância, no tempo, distraídas da compulsoriedade da morte.
Parecem crer que o passeio orgânico é conquista que não se interromperá, demorando-se no cultivo das fantasias e ilusões que um dia as abandonarão em doloroso estado de desencanto.
Outras existem, assinaladas por sofrimentos que lhe parecem jamais cessar, deixando-se dominar pela revolta e pela amargura, esquecidas de que, em breve, estarão liberadas.
Nada na Terra, é definitivo, mesmo no campo físico das aglutinações moleculares, já que todo SOS fenômenos aí se dão mediante sucessivas transformações.
No que diz respeito aos valores morais e espirituais, a experiência corporal tem, por finalidade precípua, desenvolvê-los e ampliá-los, para glória de cada ser.
Age com serenidade, buscando sempre solucionar os problemas e desafios com saldo positivo de paz.
Evita as atitudes ostensivas e os comportamentos prepotentes, que ferem sem ajudar, deixando mágoas e aborrecimentos.
Usa o tempo com propriedade, bem dividindo as horas, sem que te esqueças dos deveres de reelvo na órbita espiritual.
Se queres, sempre podes produzir no bem.
Não te poupes, portanto, na ação da solidariedade, do esclarecimento, do amor.
Vida sem bondade, é como parasita explorador e pernicioso.
Usa os dons íntimos, que te jazem latentes, e amplia-os em favor do progresso de todos.
Tua vida é exemplo para outras vidas.
Tona-a uma claridade no caminho daqueles que te seguem.
Ninguém passa incólume, insensível À presença de outrem.
Deixa, em quem se acerque de ti, sinais de paz e de ternura, de amizade e de gratidão.
O tempo transcorrerá, inevitavelmente, de qualquer maneira.
Usa-o na construção da tua e da felicidade alheia.
SE dispuseres de oportunidade para aguardar a morte, faze-te exemplo de ânimo para aquelesque a temem ou a detestam, também encorajando os fracos e tímidos.
Se, entretanto, ela te chegar de improviso, recebe-a tranqüilamente, e segue, porque após a tua partida, com os teus exemplos bons, deixarás pegadas luminosas, como significando que por ali passou um coração afável que soube viver para a verdade e o amor.”
Disse Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. - João 14.6

Não sei quantas almas tenho.


Autor: Fernando Pessoa

"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu."

Guardador de rebanhos - parte IX


Autor: Fernando Pessoa

"Sou um guardador de rebanhos,
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz. "

terça-feira, 11 de agosto de 2009

ORA-PRO- NÓBIS


Extraído do site Cora do Maisde50 da amiga DU.

"Há alguns anos ganhei de uma amiga, uma muda desta plantachamada Ora-Pro-Nobis.
Já a conhecia de nome e havia visto algumas receitas vindas do sul de Minas.
Bom, plantei a muda e hoje tenho uma enorme trepadeira, e assim que ela cresce, com espinhos, folhas suculentas de um verde muito bonito e brilhante.
Ja testei em sopas, com frango, e por ultimo nesta receita de pao que transcrevo abaixo, além de um pequeno texto falando das suas propriedades.
Uma planta rica em proteínas que pode minimizar a fome do Brasil.
É um cactos trepadeira que apresenta folhas suculentas e comestíveis, tem flores lindas (brancas) que duram apenas um dia.
Tem 25,4% de proteína vitaminas A, B e C minerais como cálcio, fósforo e ferro.
Passa ao alimento bela cor verde inclusive em pão e macarrão, enriquece saladas, refogados, sopas, omeletes, tortas e o arroz-com-feijão.

Receita de Pão Verde com Ora-Pro-Nóbis

Ingredientes:

50 g de fermento para pão
1/2 copo de água morna
1/2 copo de água fria
2 colheres (sopa) de margarina
2 ovos inteiros
1 colher (sopa) rasa de açúcar
1 colher (sobremesa) de sal
500 g de farinha de trigo (pode ir um pouco mais ou menos, dependendo do ponto da massa)
100 g de folhas de ora-pro-nóbis

Preparo:

Dissolva o fermento juntamente com açúcar na água morna.
Misture em seguida os ovos, a margarina e o sal.
Reserve.
Coloque as folhas de ora-pro-nóbis no liquidificador e bata com a água fria.
Junte aos ingredientes reservados, adicionando a farinha até que a massa comece a soltar das mãos.
Sove bem e deixe descansar até que dobre de volume.
Divida a massa em dois pães e colocar novamente para crescer.
Leve para assar em forno já aquecido."

Guarda de documentos - Lei 12.007 de 29/07/09

LEI Nº 12.007, DE 29 DE JULHO DE 2009.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12007.htm

Dispõe sobre a emissão de declaração de quitação anual de débitos pelas pessoas jurídicas prestadoras de serviços públicos ou privados.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º As pessoas jurídicas prestadoras de serviços públicos ou privados são obrigadas a emitir e a encaminhar ao consumidor declaração de quitação anual de débitos.

Art. 2º A declaração de quitação anual de débitos compreenderá os meses de janeiro a dezembro de cada ano, tendo como referência a data do vencimento da respectiva fatura.

§ 1º Somente terão direito à declaração de quitação anual de débitos os consumidores que quitarem todos os débitos relativos ao ano em referência.

§ 2º Caso o consumidor não tenha utilizado os serviços durante todos os meses do ano anterior, terá ele o direito à declaração de quitação dos meses em que houve faturamento dos débitos.

§ 3º Caso exista algum débito sendo questionado judicialmente, terá o consumidor o direito à declaração de quitação dos meses em que houve faturamento dos débitos.

Art. 3º A declaração de quitação anual deverá ser encaminhada ao consumidor por ocasião do encaminhamento da fatura a vencer no mês de maio do ano seguinte ou no mês subsequente à completa quitação dos débitos do ano anterior ou dos anos anteriores, podendo ser emitida em espaço da própria fatura.

Art. 4º Da declaração de quitação anual deverá constar a informação de que ela substitui, para a comprovação do cumprimento das obrigações do consumidor, as quitações dos faturamentos mensais dos débitos do ano a que se refere e dos anos anteriores.

Art. 5º O descumprimento do disposto nesta Lei sujeitará os infratores às sanções previstas na Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, sem prejuízo daquelas determinadas pela legislação de defesa do consumidor.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 29 de julho de 2009.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Nó de afeto.


Autor desconhecido (*)

Em uma reunião de Pais, numa Escola da Periferia, a Diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos.
Pedia-Ihes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível.
Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhasse fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar a entender as crianças. Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou a explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana.
Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando ele voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho a que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.
E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.
Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo.
Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.
A diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante.
E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazerem presentes, de se comunicarem com o filho.
Aquele pai encontrou a sua, simples, mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.
Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento.
Simples gestos como um beijo a um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.É válido que nos preocupemos com nossos filhos, mas é importante que eles saibam, que eles sintam isso.
Para que haja a comunicação, é preciso que os filhos "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.
É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo do escuro.
A criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe registrar um gesto de amor.
Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho.
E você... já deu algum nó no lençol de seu filho, hoje?

(*) Texto que me foi presenteado pela amiga Emilia Mª Lago Pimenta (Emy-line)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Saber viver.


Cora Coralina.

"Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar"