sábado, 24 de abril de 2010

O QUE É O AMOR?

Autora: Eliane de Araujoh (*)

"Em uma sala de aula, haviam várias crianças; quando uma delas perguntou a professora:

- Professora, o que é o amor?

A professora sentiu que a criança merecia uma resposta a altura da pergunta inteligente que fizera.
Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.
As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse:
- Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.
A primeira criança disse:
- Eu trouxe esta flor, não é linda?
A segunda criança falou:
- Eu trouxe esta borboleta - veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção.
A terceira criança completou:
- Eu trouxe este filhote de passarinho - ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha?
E assim as crianças foram se colocando.
Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo.
Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.
A professora se dirigiu a ela e perguntou:
- Meu bem, por que você nada trouxe?
E a criança timidamente respondeu:

- Desculpe, professora.

Vi a flor, e senti o seu perfume, pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo.Vi também a borboleta, leve, colorida... Ela parecia tão feliz, que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho, caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe, e preferi devolvê-lo ao ninho.
Portanto, professora, trago comigo: o perfume da flor; a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho.
Como posso mostrar o que trouxe?
A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera, que só  podemos trazer o amor no coração."


(*) Do livro: História para sua Criança Interior








Texto encaminhado por Luiza Moura

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Poema dos olhos da amada.


"Oh, minha amada
Que os olhos teus

São cais noturnos
Cheios de adeus
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
Longe nos breus

Oh, minha amada
Que olhos os teus

Quanto mistério
Nos olhos teus
Quantos saveiros
Quantos navios
Quantos naufrágios
Nos olhos teus

Oh, minha amada
Que olhos os teus

Se Deus houvera
Fizera-os Deus
Pois não os fizera
Quem não soubera
Que há muitas eras
Nos olhos teus

Ah, minha amada
De olhos ateus

Cria a esperança
Nos olhos meus
De verem um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus."

Poema do menino Jesus

Autor: Fernando Pessoa

Na voz de Maria Bethania: 
http://www.youtube.com/watch?v=VGe-CesbwQs&feature=related

"Num meio-dia de fim de primavera eu tive um sonho como uma fotografia: eu vi Jesus Cristo descer à Terra.

Ele veio pela encosta de um monte, mas era outra vez menino, a correr e a rolar-se pela erva

A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo a ouvir-se de longe.

Ele tinha fugido do céu. Era nosso demais pra fingir-se de Segunda pessoa da Trindade.

Um dia que DEUS estava dormindo e o Espírito Santo andava a voar, Ele foi até a caixa dos milagres e roubou três.

Com o primeiro Ele fez com que ninguém soubesse que Ele tinha fugido; com o segundo Ele se criou eternamente humano e menino; e com o terceiro Ele criou um Cristo eternamente na cruz e deixou-o pregado na cruz que há no céu e serve de modelo às outras.

Depois Ele fugiu para o Sol e desceu pelo primeiro raio que apanhou.

Hoje Ele vive na minha aldeia, comigo. É uma criança bonita, de riso natural.

Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças d'água, colhe as flores, gosta delas, esquece.

Atira pedras aos burros, colhe as frutas nos pomares, e foge a chorar e a gritar dos cães.

Só porque sabe que elas não gostam, e toda gente acha graça, Ele corre atrás das raparigas que levam as bilhas na cabeça e levanta-lhes a saia.

A mim, Ele me ensinou tudo. Ele me ensinou a olhar para as coisas. Ele me aponta todas as cores que há nas flores e me mostra como as pedras são engraçadas quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas.

Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo que nunca pensamos um no outro. Vivemos juntos os dois com um acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer nós brincamos as cinco pedrinhas no degrau da porta de casa. Graves, como convém a um DEUS e a um poeta. Como se cada pedra fosse todo o Universo e fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cair no chão.

Depois eu lhe conto histórias das coisas só dos homens. E Ele sorri, porque tudo é incrível. Ele ri dos reis e dos que não são reis. E tem pena de ouvir falar das guerras e dos comércios.

Depois Ele adormece e eu o levo no colo para dentro da minha casa, deito-o na minha cama, despindo-o lentamente, como seguindo um ritual todo humano e todo materno até Ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma. Às vezes Ele acorda de noite, brinca com meus sonhos. Vira uns de pena pro ar, põe uns por cima dos outros, e bate palmas, sozinho, sorrindo para os meus sonhos.

Quando eu morrer, Filhinho, seja eu a criança, o mais pequeno, pega-me Tu ao colo, leva-me para dentro a Tua casa. Deita-me na tua cama. Despe o meu ser, cansado e humano. Conta-me histórias caso eu acorde para eu tornar a adormecer, e dá-me sonhos Teus para eu brincar."

terça-feira, 20 de abril de 2010

A educação do brasileiro. A voz do cidadão e o valor do dinheiro.

Autor desconhecido

Todos nós sabemos que o sucesso de um povo não é definido pela extensão territorial do pais que ocupa, pelas riquezas naturais que possuiu ou por quão antiga seja a sua história. O que define o sucesso de um povo é o seu acesso à educação de qualidade.
A educação do brasileiro é algo preocupante. Como convencer um cidadão de que ele não sabe algo e que precisa aprender, se ele não sabe que não sabe? Se ele não sabe que se souber, pode alcançar uma qualidade de vida melhor e se a ele foi negada a posse do conhecimento?
Durante 500 anos foi negado conhecimento e educação ao povo brasileiro. Durante 500 anos de cultura patriarcal foi ensinado ao menos favorecido que ele deve conformar-se com sua situação. Que deve se colocar em seu lugar. Mudar essa leitura que o brasileiro faz de si mesmo não é trivial.
A começar que o brasileiro comete o lamentável equivoco de confundir a posse de conhecimento com a posse de bens. Ele considera que adquirir conhecimento pode ser simplesmente um meio de suprir uma necessidade ou alcançar sucesso financeiro. Ele não considera que a obtenção do conhecimento pode ser uma fonte inesgotável de prazer e realização. Que pode dar ele uma vida mais produtiva, relacionamentos mais saudáveis e decisões mais equilibradas. Para ele todo valor está no dinheiro, no carrão, na casa de praia igual a da novela das oito, no pagamento das contas da mulherada que ele pode atrair quando tem dinheiro ou dos amigos na mesa de bar. O valor não está na posse do conhecimento que pode fazer toda a diferença, que lhe dá liberdade e poder de escolha.
Além disso, há o equívoco de quem ensina pensar que pode ser diminuído na sua capacidade se o aluno tiver um aproveitamento excepcional, como se o prazer de ensinar não fosse justamente o do aluno equiparar-se a seu mestre e superá-lo.
Como é que se vai permitir que o outro, seja um igual? Como o governante vai guiar o povo, se o povo aprender a guiar sua própria vida, seu próprio destino. E se o povo aprender a pensar?
O que é preciso entender é que o Brasil não é a terra, e que a terra sem a sua gente não é nada. O Brasil são as pessoas que povoam a terra, e que o valor de um povo não está nos bens materiais que possui, mas no conhecimento que possui e com o qual pode gerar riquezas.
Estamos na Era do Conhecimento. E agora? Como poderemos falar em vantagem competitiva para o nosso país, quando um percentual tão pequeno da população tem acesso à uma educação de qualidade? Quando nossos jovens saem da escola sem saber escrever e sem manipular as quatro operações básicas da matemática? Ao invés disso saem prontos para serem manipulados?
Acho que podemos começar enaltecendo a família, o lar. O pai, a mãe. Enaltecendo o trabalho, e ensinando que trabalhar e estudar são coisas boas. Zerando essa ética invertida de novelas que diz que trabalhar é para pobres, como se não houvesse honra no pobre que é trabalhador. Ensinando que há honra no trabalho, no respeito ao próximo e a natureza. Colocando valor naquilo que tem valor, e não no dinheiro, que é o resultado produzido pelo cidadão de valor.

Bibliografia:
CUNHA, Luiz Antônio. O golpe na educação. 11 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002
ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil(1930/1973). 28 ed. Petrópolis: Editora Vozes
CHAUI, Maria Helena. Convite à Filosofia

Dez sinais para diferenciar os sintomas de Alzheimer e do envelhecimento...

Extraído do site: http://www.minhavida.com.br/

O mal de Alzheimer é uma doença degenerativa que ataca o cérebro e provoca a perda das funções cognitivas, como memória, capacidade de orientação no tempo e/ou espaço e capacidade de planejamento. O problema se inicia com alterações na memória e avança progressivamente até a dependência total do paciente. De acordo com a entidade norte-americana Alzheimer's Association, mais de 5 milhões de pessoas têm Alzheimer em todo o mundo. A doença é muitas vezes negligenciada nas fases iniciais, pois é facilmente confundida com o processo normal de envelhecimento. O problema afeta, normalmente, idosos com mais de 65 anos. Nas primeiras fases, a maioria dos pacientes será capaz de realizar exercícios normalmente, mas enfrentam a dificuldade provocada pelos efeitos da depressão e perda de memória , explica a fisioterapeuta Luciane Galego Almeida, do Hospital Samaritano de São Paulo.

Apesar da doença não ter cura, alguns hábitos simples podem prevenir e retardar o avanço do problema. Segundo o neurologista do Samaritano, Dr. Getúlio Daré Rabello, existem algumas regras para combater o mal de Alzheimer. A prevenção desse mal envolve, além dos cuidados gerais para manter uma boa saúde (controle de pressão arterial , açúcar no sangue, colesterol ), a pratica de esportes, atividades intelectuais, e cuidados redobrados para evitar traumas na cabeça , afirma o especialista. Os exercícios físicos ajudam a melhorar a qualidade de vida e atenuar os efeitos do Alzheimer. Além disso, a prática de atividades aumenta a circulação sanguínea, estimulando todas as funções do organismo.

Saiba como identificar a doença

Com o avançar da idade, alterações na memória são comuns. Porém, os sintomas do Alzheimer vão além do simples esquecimento do dia-a-dia. Portadores da doença têm dificuldade para se comunicar, aprender e raciocinar. Problemas impactam o trabalho e atividades sociais e familiares. A Alzheimer Association desenvolveu um teste para ajudar a diferenciar sinais normais da idade com o mal de Alzheimer. Como a doença é difícil de diagnosticar, é fundamental que pessoas com mais de 60 anos procurem um médico para entender melhor os sintomas. O diagnóstico precoce é chave para uma melhor qualidade de vida e controle da doença.

1. Perda de memória

Esquecer informações aprendidas recentemente é um dos primeiros sintomas da doença. Não se assuste, esquecer nomes e compromissos ocasionalmente é normal. Fique atento caso a pessoa comece a esquecer as coisas com mais freqüência e fique incapaz de relembrar o assunto posteriormente.

2. Dificuldade para realizar atividades rotineiras

Portadores de Alzheimer têm dificuldade para planejar e completar tarefas do dia-a-dia, como preparar uma refeição, fazer uma ligação ou jogar um jogo. Porém, esquecer, ocasionalmente, o que você ia dizer ou o que você ia fazer é normal.

3. Esquecimentos

Pacientes com Alzheimer podem se esquecer de onde estão e de como chegaram até lá. Além disso, perder-se na própria vizinhança ou esquecer o caminho de casa são comuns lapsos comuns entre os portadores da doença.

4. Poder de julgamento e raciocínio abaixo do normal

Vestir-se de forma inapropriada, com várias camadas de roupa em dias quentes ou pouca vestimenta em dias frios. Pacientes mostram pouca capacidade de julgamento, como doar alta soma de dinheiro sem motivo específico.

5. Problemas com pensamento abstrato

Dificuldade acima do comum para realizar raciocínios mentais, como esquecer para que servem os números ou como devem ser usados, é outro sinal do problema. Porém, achar difícil decifrar ou desenvolver uma fórmula matemática é normal.

6. Errar o lugar as coisas

Pessoas com Alzheimer podem errar o lugar de coisas usuais. Por exemplo, colocar o ferro de passar no freezer é um sintoma comum da doença. Entretanto, é normal colocar as chaves do carro ou carteira em lugar estranho de vez em quando.

7. Mudanças de humor e comportamento

Rápida alternância de humor e comportamento também é um sinal de doença. Pacientes mudam de humor muito rápido e sem motivos aparentes. Podem ir de um estado calmo ao depressivo e raivoso em pouco tempo.

8. Transformações de personalidade

A personalidade de pessoas com Alzheimer pode mudar drasticamente. Podem se tornar confusos, desconfiados, medrosos ou dependentes de um membro da família. Entretanto, com o passar dos anos, é normal alguma mudança na personalidade. Fique atento se a transformação for mais severa que o usual.

9. Perda de iniciativa nas atividades

As pessoas com Alzheimer tornam-se muito passivos. Ficam, por exemplo, horas em frente a TV por horas, dormem mais que o normal e, normalmente, não têm disposição para realizar tarefas usuais.

10. Problemas com a linguagem

Esquecer palavras simples, substituir palavras comuns e usuais, dificultar a forma de falar ou escrever pode ser um sinal da doença. Por exemplo, um portador do problema não consegue encontrar a escova de dente e, ao invés de perguntar onde está minha escova de dente? , perguntaria onde está o objeto de limpar a boca?

domingo, 18 de abril de 2010

Saudade é o amor que fica...

Autor: Dr. Rogério Brandão (*) 

Médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional, com toda vivência e experiência que o exercício da medicina nos traz, posso afirmar que cresci e me modifiquei com os dramas vivenciados pelos meus pacientes.
Dizem que a dor é quem ensina a gemer.
Não conhecemos nossa verdadeira dimensão, até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.
Descobrimos uma força mágica que nos ergue, nos anima, e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram para nos confortar.

Um dia, um anjo passou por mim...

Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada, porém por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia.
Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe.
E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.

Meu anjo respondeu:

- Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores.
Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio.
Eu não nasci para esta vida!
Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:
- E o que morte representa para você, minha querida?
- Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é?
(Lembrei minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)
- É isso mesmo, e então?
- Vou explicar o que acontece, continuou ela: Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?
- É isso mesmo querida, você é muito esperta!
- Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!
Fiquei boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.
- E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.
Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo:

- E o que saudade significa para você, minha querida?

- Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!
 
(*) Médico oncologista clínico - Recife, Boa Vista

Nova reforma ortográfica - você tem alguma dúvida?


O site http://www.ortografa.com.br/  nos ajuda a resolver aquela dúvida que dá na hora de escrever uma palavra segundo a nova regra ortográfica em vigor.


Ainda não descobri nenhum furo no site, que muito me tem ajudado.

Espero que ajude a todos que o utilizarem.

Experimentem!