Não sou Martin Luther King, mas tenho um sonho. E é bem parecido com o que ele contou pro mundo no seu mais brilhante discurso antes de falecer.
O meu sonho é ainda ver um mundo onde as pessoas tenham o direito de serem iguais sempre que as diferenças os inferiorizem, e de serem diferentes sempre que a igualdade os descaracterize, conforme proposto pela Jornalista e filósofa Lia Diskin no Festival Mundial da Paz em Floripa (2006).
Nesse mesmo festival, Lia nos presenteou com um caso de uma tribo na África chamada Ubuntu. Eis o fato.
Um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo então, propôs uma brincadeira pras crianças que achou ser inofensiva.
Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.
As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!" instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.
O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces. Elas simplesmente responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?"
Ele ficou de cara, meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?
Você vê? Nossa essência, nossa felicidade, independe daquilo que temos e de quanto temos disso, seja lá o que for. Depende da qualidade das relações que estabelecemos. Até a ciência já provou isso!
Ubuntu significa: Sou quem sou, por quem somos todos nós.
Atente para o detalhe: por QUEM SOMOS, não pelo que temos...
Seja feliz esta semana porque, ubuntu, eu serei também!
De fato, como disse o poeta Alexandre Brito, seja tudo que deseja, até já não haver desejo que não seja tudo o que deseja...
(*) Colaboração enviada por Ada Damião
(*) Colaboração enviada por Ada Damião
2 comentários:
OI, maravilhosa mensagem...uma lição para o egoismo e ganancia!Maos dadas, para dividir e distrubuir tudo entre todos!
Assim deveriam ser todos!!
beijos
heloisa crosio
Carmen Terezinha: Que beleza de texto. Como vai ser bom quando todos nós formos assim: sem correr para sentar no Metrô; sem correr para pegar o doce na festa; sem esconder oportunidades para concorrer com menos pessoas; sem fingir que estamos dormindo para não dar lugar a quem precisa mais do que nós.
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