Autora : Letícia Thompson
"É incrível como em várias
situações da vida nos tornamos
cegos a certas coisas.
Vemos o que queremos ver,
sabemos o que queremos saber
e tudo o mais toma uma
importância tão mínima que quase
desaparece da nossa memória.
É assim que muitas pessoas
toleram situações que,
se assim não fosse,
se tornariam insuportáveis.
Mas como todas as moedas
têm dois lados,
nem sempre ignorar os fatos
nos ajuda a melhor viver.
Precisamos saber reconhecer
o que está nas entrelinhas da vida,
buscar a honestidade relacionada
a uma situação,
uma pessoa, a si mesmo,
à própria vida.
Se nos cegamos
voluntariamente a algo importante,
o fardo não se torna mais leve.
Apenas fugimos para
lugar nenhum.
O fato de não vermos um
problema não o torna inexistente e,
sejamos francos,
não nos machuca menos.
Quantas e quantas vezes
sentimos que algo nos incomoda,
vivemos num mal-estar quase
constante e continuamos
a prosseguir.
Se procurarmos ver um
pouco mais profundamente,
honestamente e sem medo,
com ou sem ajuda,
encontraremos a raiz do mal.
Fazer face à certas coisas
poderá provocar muitas lágrimas.
Mas lágrimas benditas,
que nos ajudarão a evacuar a
dor e provocarão o profundo suspiro
de alívio depois de algum tempo.
Eu sei que não é fácil abrir o coração,
escancarar a alma e resolver tudo
como num passe de mágica.
Sei que não é de uma hora
pra outra que tudo se
torna claro e visível.
E é para isso que
existe o tempo.
Porém a porta do querer
saber deve ser aberta por nós.
Depois outras portas se abrirão,
devagarzinho, até a última,
que nos mostrará a luz do dia,
nos dirá que a vida é bela,
apesar de tudo o que vivemos
ou tivemos que passar.
Nos possíveis e impossíveis da vida,
muito está nas nossas mãos.
A melhor maneira de ler
as entrelinhas da vida é com os olhos
fechados em oração
e súplica Àquele que cuida de
nós nos mínimos detalhes e que,
para nos dar exemplo,
foi como nós,
carregou um fardo e
também chorou."
Colaboração: Marcia Parzianello.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
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