sábado, 6 de junho de 2009

A lição do louro.


O sujeito comprou um papagaio,ma quando chegou em casa foi aquela decepção:
o papagaio resmungava, reclamava, xingava o dia inteiro. O dono tentou amansar o louro lendo trechos de livros de Paulo Coelho e poemas de Manuel Bandeira, pondo pra tocar Caetano Veloso, Chico Buarque e Zizi Possi, mas não teve jeito. Acabou por perder a paciência e passou a gritar, bater, ameaçar, mas o papagaio ficava cada vez pior.
Num acesso de fúria, o dono pegou o papagaio e o jogou dentro do freezer.
O papagaio começou a xingar de tudo quanto era nome, mas, subitamente, menos de vinte segundos depois, calou-se sem terminar o último palavrão. Pensando ter matado o papagaio, o dono abriu a porta do freezer e o louro começou o discurso:
– Sei que meu linguajar tem sido mais do que inapropriado a este ambiente familiar e que minha atitude não condiz com a atenção que vossa excelência tem oferecido a esta desditada alma.
Gostaria de apresentar minhas sinceras excusas e prometer que daqui em diante me portarei adequadamente.
– Isso é bom mesmo! – retruca o dono.
E o louro, à beira do choro, perguntou:
– Só por curiosidade: o que foi que o frango fez?

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