sexta-feira, 12 de junho de 2009

O eterno recomeço.

Maria Ribeiro.

"Um cantinho para quem, como eu, acredita que não existe fim, só o eterno recomeço que acontece todos os dias, todos os instantes, com cada escolha que fazemos, com cada atirude que tomamos, com cada sonho que tentamos transformar em realidade.VAMOS ENCARAR?Um dia, você se dá conta que está presa. Que não tem saída, que a solução dos problemas não dependem de você e é quando cai na ilusão de atribuir a causa do problema a fatores externos. Falta dinheiro, falta tempo, não tem condições, as pessoas não colaboram, não sabe o que vai acontecer para poder decidir o que fazer. Não é? Já pensou que é você mesma quem está se aprisionando? Não acredita? Então tente descobrir quais são as suas amarras. A que, ou a quem você está reagindo e o que você realmente teme. Embora a gente chegue a ter certeza, não são os fatores externos que mais nos assustam, são nossos medos guardados lá no porão do inconsciente. Eles surgem como resultante de nossa vaidade, nosso orgulho, nosso apego e nossos preconceitos, raramente ou nunca admitidos. Juntos, eles formam o grande monstro, o fantasma assustador que por vezes nem nos deixa dormir. Sua presença cria uma mistura de ansiedade e angústia, como se a qualquer momento algo pudesse acontecer. Traduzindo, como se ele, o nosso fantasma escondido, pudesse aparecer e nos obrigar a olha-lo de frente. Seja qual for o nome que você der, isso assusta mesmo! A partir de um certo ponto em sua evolução, não dá mais para continuar convivendo com ele, é preciso fazer alguma coisa que afasta a sensação desagradável provocada pela sua presença. Mas para começar a exorciza-lo é preciso ter a coragem de ir ao seu encontro porque ele nunca se mostra e de encara-lo, tal qual é. Se não souber onde se esconde quando não a está possuindo e atrapalhando sua vida, comece perguntando o que mais incomoda você? É esse o primeiro passo no caminho dessa busca. Depois pergunte qual o seu maior medo e passo a passo vá se conhecendo, Se ainda assim ele não aparecer, indague em que circunstâncias você diz: ISTO EU NÃO ACEITO MESMO! E por que? Não adianta vir com as respostas convencionais, aquelas pré-fabricadas que você usa automaticamente para justificar suas reações, porque é disso que ele se alimenta. Agindo assim você só o fará ficar ainda mais forte e difícil de enfrentar, mais vale procurar no seu interior as verdadeiras causas Então aproveite e dê uma boa olhada nos PRÉ-CONCEITOS aqueles padrões geralmente herdados, ou implantados em você de tanto ver ou ouvir. Mesmo que você não goste de admitir, sempre existem aquelas reações, crenças ou atitudes adotadas simplesmente para seguir o rebanho sem pensar se a direção em que ele vai é a que você pretende dar à sua vida. Talvez não seja fácil, talvez ele, o seu monstrinho particular não se deixe ver na primeira tentativa. Afinal, você sempre o abrigou, sempre o protegeu tão bem e por tanto tempo, que fica difícil agora tira-lo de onde se escondeu e traze-lo à luz da verdade. Garanto que ninguém sabe da existência dele, vai ver que nem você sabia. Mas continue tentando, procurando, perguntando até conseguir e quando encontra-lo não tenha medo de olha-lo nos olhos, de ver como é feio, ultrapassado, injusto e totalmente fora de propósito. Não há mais lugar para ele em você agora. Se for o monstrinho do preconceito, que é filho da vaidade e do orgulho, mas foi criado pela ignorância, você vai ver arcaicos padrões de avaliação dos que julgam uma pessoa como sendo melhor ou pior que você, dependendo do nível cultural, do quanto ganha, ou de quanto ganha quem a sustenta, do bairro onde mora, do tipo de imóvel, das pessoas que conhece, enfim, de uma série de coisas que em nada têm a ver com a essência de um ser humano. É dele que nasce a impressão de que você é melhor ou pior do que alguém, assim como é dele que vem o medo de não ter o que os outros têm, não poder fazer o que os outros fazem, não conseguir manter o mesmo padrão, ou o medo do que as pessoas vão pensar. Conscientemente você pode até não valorizar tanto esses conceitos, mas ele, o monstrinho do preconceito valoriza e você acaba fazendo o que ele quer. Quem tem este monstrinho escondido em seu interior jamais admite, nunca fala a respeito, nega se for acusada, mas SEMPRE age de acordo com os conceitos dele, sabendo ou não, querendo ou não, porque está literalmente possuída e escravizada por essa “coisa ruim”. Se for o monstrinho da acomodação ou da dependência, terá a oportunidade de ver refletidas nele todas as oportunidades que deixou passar, as desculpas que inventou para não tomar a iniciativa e não agir no momento preciso. Verá que o que parecia verdade absoluta eram disfarces do medo. Medo de deixar de ser protegida e dependente, medo de mudanças, medo de sair do ninho, abrir as asas e voar. Já o monstrinho do apego, faz guardar até o desnecessário, tentar manter relações que já acabaram há muito tempo e agora só geram desarmonia, não permite que se abra mão de nada, nem mesmo do que não se quer mais, do que é inútil, do que atrapalha ou não nos deixa crescer livremente, dando a impressão de que um dia será necessário, ou de que não é possível viver sem aquela coisa ou aquela pessoa. Uma verdadeira escravidão da qual ninguém consegue abrir mão até tomar consciência, e lutar contra. Existem tantos tipos de monstros que nem dá para enumerar e quanto maior, mais forte, mais assustador e aparentemente invencível for o seu, mais rápida e eficiente deverá ser a sua ação de despejo. Quem precisa de fantasmas como esses morando na própria alma? Possuindo-a, como se fosse o dono e provocando em você e na sua vida tantas reações colaterais? Você precisa? Creio que não. Pensando bem, até já passou da hora de criar coragem, dar uma boa olhada no seu interior, ter uma franca conversa com você mesma e começar a agir, despejando todos esses invasores, para o seu próprio bem. E veja se dessa vez, é você mesma quem está no comando da operação, não algum outro monstrinho do NÃO POSSO, NÃO CONSIGO, ou NÃO SEI, disfarçado de boas intenções, de obstáculos irremovíveis e daquela espécie de fraqueza e impotência, que não fazem mais parte de você, há muito tempo. Esta impressão é só mais um dos truque que eles usam freqüentemente e não é real. Expulse isto também e comece o quanto antes a ocupar o seu verdadeiro lugar no seu mundo interior. Todo o resto virá naturalmente como conseqüência do seu equilíbrio. Boa Sorte! "

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