Autor: Wagner Siqueira (*)
Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário são harmônicos e independentes, diz a Constituição brasileira.A realidade mostra que esse preceito básico de democracia degenerou para uma promiscuidade imoral e aética, acorbertada pela impunidade e pela falta de espírito público de boa parte dos que, respaldados ou não pelo voto popular, têm a responsabilidade de comandar o país.
A independência dos poderes é uma balela.O Executivo abusa das medidas provisórias, instrumentos quase ditatoriais que afrontam o estado de direito e o legítimo sistema representativo num regime republicano presidencialista.
O Legislativo negocia, fisiologicamente, blocos de apoio ao governo ou acoberta grupos caricatos de oposição, sem competência para pelo menos fazer uma crítica inteligente às políticas econômica e social de seus adversários.
E o Judiciário não tem o menor constrangimento de se imiscuir em questões de competência do Executivo por meio da indústria das liminares.
Se a independência é uma balela, a falta de harmonia entre os Poderes é a mãe da corrupção.As autoridades confundem cooperação com promiscuidade, negociação política com fisiologismo.O que se vê é a venda de votos e de consciências, a troca de apoio por vantagens, a alocação de verbas por interesse eleitoreiro, o lobby dos poderosos aliado aos interesses mais retrógados, muitas vezes travestidos de discursos progressistas falaciosos.
É claro que existe gente séria em cada um dos três poderes.Cabe a esse grupo de servidores e de políticos conscientes, acima das diferenças ideológicas e das posições políticas, defender com unhas e dentes os princípios que norteiam o relacionamento social no regime democrático, que se constrói no Brasil a duras penas.
Restaurar a honestidade, a moralidade e a ética é que o Brasil espera de seus homens públicos, em especial dos que serão eleitos com os nosso votos em outubro próximo.
(*) Wagner Siqueira é Administrador de empresas CRA-RJ
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